terça-feira, 22 de setembro de 2009

HONDA CITY LX


No release sobre o Kia Cerato, um dos comentários que fiz afirmava ser o Honda City, seu concorrente mais direto, um dos carros mais desonestos vendidos no Brasil. Mas mesmo com todas as informações que recebi, especialmente depois da cotação de preços, e crendo com veemência que o comentário fez total sentido, fiquei com a pulga atrás da orelha. E se ele não fosse tão ruim assim? E se eu estivesse sendo injusto?


Resolvi testar. Para equiparar os preços, escolhi a versão LX mecânica (R$ 56.210,00), já que a automática faria este valor subir R$ 4.000,00 (nota: as fotos são da versão EX-L). A princípio, posso destacar positivamente o atendimento da concessionária Daitan, na Av. Jabaquara. O consultor foi muito paciente, educado e prestativo, além de demonstrar ter sido muito bem treinado para vender o City. O problema é que nem o melhor treinamento consegue vender um produto que não vale quanto pesa – e não há melhor descrição para ele.


Não existe argumento racional que convença um consumidor consciente de comprar o City. Não é que ele não seja bom; ele é. Analisando friamente, é um carro muito bem construído, bem acabado e que anda bem. Seu portamalas, por exemplo, faz o Civic passar vergonha: são 506 litros de capacidade (dado de fábrica), com um vão largo de entrada e abertura interna. Mas, por esse preço, você espera, no mínimo, articulações pantográficas e um acabamento decente. O assoalho, por exemplo, é forrado por um carpete fino, solto por cima de um pedaço de compensado de madeira recortado no formato do portamalas, que recobre o estepe com roda de aço em vez de alumínio.


Como itens de série, o comprador leva ar condicionado, direção eletrohidráulica, vidros elétricos nas 4 portas (com one-touch somente para o motorista), travas e retrovisores elétricos, alarme, CD player com MP3, airbag duplo, computador de bordo e rodas de alumínio aro 15. ABS, porém, somente na versão EX, que custa R$ 61.650,00 com câmbio manual. Seu acabamento, como já foi dito, não é ruim, mas os plásticos são inferiores aos do Civic e o layout interno é absolutamente impessoal. Quando se acostuma com o painel do Civic, qualquer coisa com preço semelhante e que não tenha o mesmo arrojo e a mesma qualidade de materiais fica parecendo desleixo. A seção central, por exemplo, que abriga o CD player (imenso) e os controles do ar condicionado, parece uma aparelhagem de som de Taiwan, que não deixa de ser bonita, mas se for retirada do painel ninguém vai saber dizer a qual carro pertence.

Seu desempenho foi satisfatório na cidade. O rodar do City não lembrou nem tanto a suavidade do Fit nem a esportividade do Civic; neste aspecto, a Honda conseguiu dar ao City certa personalidade, própria para o seu biotipo. Sua suspensão é boa e filtra bem as imperfeições do asfalto, mas aproveitando uma rua mais longa e sem movimento para dar uma acelerada maior, percebi certa aspereza acima de 3.500 rotações, com mais ruído interno do que o razoável para um carro de sua categoria e tendo ainda esperado um pouco mais de “puxada” de um motor tão moderno. Fora isso, senti falta do marcador de temperatura do motor, substituído por uma luz-espia de cor azul que fica acesa até o motor atingir a temperatura ideal de funcionamento – disse o consultor. A Honda confia tanto na qualidade de seus motores que acredita que eles nunca vão superaquecer. Que bom.

A Honda diz querer estabelecer um novo padrão para o segmento de sedãs pequenos premium no Brasil. Ninguém duvida que isso seja possível, mas há 2 condições: ou ela abaixa o preço do City – e aí sim, ele vai valer o quanto pesa e vai ser uma boa opção – ou as revendas passam a oferecer aos compradores saquê em vez de café ou água. Porque do jeito que está, com esse preço e comparado a sedãs maiores, mais equipados, com mais desempenho e mais personalidade, o City parece somente... Hm... Miojo. O sujeito pode até gostar, mas só até colocarem um prato de massa preparado em uma verdadeira trattoria italiana na frente dele.

3 comentários:

  1. Tamo aí na fita. Essa semana estou recebendo uma parcela do seguro desemprego e vou até a concessionária honda mais próxima comprar um honda city e botar prá lá.

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  2. Eu achei o City lindo. O pecado do City é realmente o acabamento interno. O painel poderia ser mais luxuoso. Ano que vem quero comprá-lo.

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  3. gostaria que me ajudasse a escolher um bom carro para taxi, city ou focus ou qualquer outro.

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