quarta-feira, 19 de junho de 2013

NOVOS JAC J3 E J3 TURIN - LANÇAMENTO



Passados apenas 2 anos e 3 meses desde sua chegada ao Brasil, o JAC J3, nas versões hatch e sedã (Turin), renova suas linhas por dentro e por fora, chegando ao mercado oficialmente como linha 2014. O evento de lançamento organizado ontem, 18/06, pela JAC Motors apresentou à imprensa as mudanças nos dois modelos.




O face-lift aplicado na linha J3 vai além do que sugere o novo visual da carroceria. O hatch ficou mais discreto: só a frente mudou, recebendo novos faróis, grade, para-choque e capô, e a traseira foi mantida. Já o sedã Turin ganhou também uma traseira completamente reestilizada, com para-choque, lanternas e tampa do porta-malas refeitos. Ambos ganharam novas rodas de liga leve com aro de 15 polegadas, as mesmas do J3 S 1.5 Jetflex, e o resultado agrada. Mas a maior - e melhor - mudança está do lado de dentro.




Primeiras impressões

O RACIONAUTO dirigiu, a convite da JAC Motors, um J3 Turin por aproximadamente 250 km entre a cidade de São Paulo e o distrito de Joaquim Egídio, nas redondezas de Campinas (SP). Ainda que tenha havido poucas mudanças mecânicas, o test-drive revelou uma evolução notável no modelo.



O motor é o mesmo 1.3 16v VVT (que a JAC chama de 1.4) com 108 cv de potência a 6.000 rpm e 14,1 kgfm de torque a 4.500 rpm. Rende melhor em rotações mais altas, mas é suficiente nas baixas. A suspensão independente, com sistema McPherson na dianteira e braços triangulares na traseira, continua ótima. Ainda que permita um pouco de rolagem em curvas feitas no limite, a proposta do J3 é o conforto: andando no limite da via ele se sai melhor e filtra as irregularidades com perfeição. Na estrada, aliás, foi onde percebemos a melhora no revestimento acústico e na qualidade de montagem do sedã: há muito menos ruído interno agora.



A JAC também pontuou, na coletiva de imprensa, mudanças no trambulador do câmbio e no sistema de direção. Falando do câmbio, realmente houve progresso - especialmente em relação ao J3 Turin que testamos em julho de 2012 (veja a avaliação aqui), onde pontuamos engates às vezes imprecisos e dificuldades no acoplamento da primeira e segunda marchas quando o carro estava frio. Neste, todas as marchas entram bem, de forma mais justa e macia.



A direção hidráulica, por sua vez, pareceu mais robusta e ligeiramente mais direta no teste. O volante fino e de má empunhadura foi trocado por outro muito mais bonito, revestido em couro, com ótima pega e comandos do sistema de áudio. Todo o interior, aliás, é completamente novo. Ainda predomina o plástico, mas as texturas melhoraram, os encaixes evoluíram e a aplicação de cromados e detalhes em black piano trouxeram para a cabine uma aparência muito mais requintada, simétrica e agradável. Defeito da versão anterior eram os reflexos do painel no para-brisas, coisa que não ocorre mais.



Há outros acréscimos muito bem-vindos. A chave-canivete com comandos das travas e alarme substitui a enorme chave do modelo anterior. O ar condicionado do novo J3 é automático; se já era bom, ficou ainda melhor, gelando a cabine em questão de segundos através de novos difusores, agora com formato retangular e melhor direcionamento do ar. A iluminação no painel se tornou branca, muito mais agradável à vista, e sua intensidade pode ser regulada através de um dimmer ao lado do controle de altura dos faróis. Entre os mostradores - velocímetro e marcador de temperatura de um lado, contagiros e marcador de combustível do outro, abrigados por uma moldura cromada - há um visor digital que mostra, além do hodômetro e do relógio, qual porta está aberta. O sistema de áudio progrediu, sendo agora integrado ao painel, tendo mais recursos e melhor qualidade sonora.



A JAC se esforçou ainda para modificar certos detalhes do J3 que, mesmo parecendo pequenos, irritavam muitos proprietários. É o caso da textura dos botões no painel e portas, agora emborrachados e bastante agradáveis ao toque. Na porta do motorista, aliás, além do revestimento em black piano e dos novos botões, há o destravamento central das portas, ausente no modelo anterior. O acionamento das hastes atrás do volante foi revisto e elas se tornaram mais suaves e menos ruidosas. E a antiga alavanca do freio de mão, que dava a impressão de extrema fragilidade, passou a ser mais firme e com melhor pega.



O J3 Turin mantém, no entanto, alguns defeitos - parte decorrente do projeto e parte que poderia ter sido revista, mas não foi. O entre-eixos curto limita o espaço interno e o porta-malas é pequeno, o menor dentre os carros de seu segmento no país. Os bancos, os mesmos da versão S 1.5 com costuras na cor do tecido, não são desconfortáveis, mas não passam a mesma impressão de requinte obtida com o novo painel e também não contam com ajuste de altura. O sistema de áudio continua sem Bluetooth e sem uma entrada auxiliar decente. Ainda não há computador de bordo, item já presente em modelos mais baratos. E um defeito imperdoável, que poderia ter sido revisto, é o controle dos retrovisores externos: mesmo tendo migrado para o painel, à esquerda do volante, continua invertido.



No balanço, são poucos defeitos para um carro que já trazia bom conteúdo e ainda melhorou bastante. Os mesmos itens da versão anterior estão presentes, além dos adicionais: ar condicionado automático, direção hidráulica com volante multifuncional e coluna regulável em altura, vidros elétricos nas 4 portas com one-touch no do motorista, travas elétricas e alarme com controles na chave-canivete, retrovisores elétricos, CD/MP3 player com entrada auxiliar, sensor de estacionamento traseiro, rodas de liga leve, faróis de neblina, faróis principais com ajuste de altura, airbag duplo e ABS são de série, pelo preço de R$ 37.990,00 (ou R$ 35.990,00 o hatch). A garantia é de 6 anos, sem limite de quilometragem.



Vai haver reclamações, sem dúvida. Porque a cultura no Brasil ainda é de carro visto como bem de capital, que faz uma boa parcela do mercado consumidor de automóveis simpatizar mais com carros que demoram a mudar de cara. Mas o que a JAC Motors está fazendo com o lançamento da nova linha J3 em tão pouco tempo de mercado vai além: é o investimento não somente na renovação de um modelo, mas na quebra de um paradigma. Realmente, os chineses aprendem bem rápido.

Viagem a convite da JAC Motors
Fotos: Maximiliano Moraes / Divulgação

6 comentários:

  1. Como nao há computador de bordo? Fui conhecer o carro na revisao do meu J6 e o que vi por lá tinha sim segundo voce pode conferir na foto que eu fiz do mesmo:

    [IMG]http://imageshack.us/a/img826/9650/0tuw.jpg[/IMG]

    Podia arrumar isso na matéria. A não ser que vão capar o carro que vai ser vendido aqui no Brasil o que me deixaria puto da vida com a JAC.

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    1. Olá, Andre. Obrigado por seu comentário e por enviar a foto.

      Infelizmente, apesar de aparecer em alguns modelos usados para divulgação em concessionárias e também num vídeo institucional da própria JAC Motors, o visor de LCD entre os mostradores do novo JAC J3 que será comercializado no país não é um computador de bordo. Ele abriga apenas os hodômetros parcial e total, além de mostrar qual porta está eventualmente aberta. Nada mais que isso.

      Um abraço!

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  2. Cara não estou acreditando. Tem gente trocando o carro contando com isso!!!

    Por que a JAC faria algo tão porco desta forma? Estava contando com isso para trocar minha J6 pela nova, mas estou vendo que vão capar ela tb!!!!!

    Que absurdo.

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  3. Oi, meu nome é Giovanni Pires.

    Na documentação passada para os vendedores com as especificações dos modelos, diz " Check Control ". Então, por esse equívoco, os vendedores da Jac, estão afirmando que não tem CPU de bordo com base nos dados oferecidos pela fábrica. Porém os carros estão sendo comercializados idênticos aos modelos em exposição, de forma que são vendidos com o acessório. Vamos aguardar antes de afirmar ou lamentar, pois não é de feitio dessa empresa ludibriar seus clientes, lembrando que o grau de satisfação de seus proprietários é bem grande. Abraços.

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    1. Giovanni, todos os carros cedidos para jornalistas na ocasião do evento de lançamento NÃO tinham computador de bordo. Da mesma forma, o release oficial de lançamento enviado à imprensa deixava claro que o modelo não contava com o equipamento. O que foi publicado aqui e em outros sites e blogs é o que foi constatado durante a primeira avaliação dos jornalistas.

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  4. Não sei qual vai ser o resultado disso tudo mas o carro que eu testei tinha CPU de Bordo e não acho que a JAC anunciaria um carro na CSS com um item e venderia carros sem. A diferença apenas era que no meu Siena voce tinha uma função chamada TRIP para troca de funções do CPU de Bordo enquanto o JAC voce precisa pressionar o botão no painel perto do LCD para fazer a troca do relógio pelos dados que voce quer como consumo instantaneo, autonomia, media, etc.

    Mas vamos ver, parece que algumas pessoas do forum http://jacclub.forumeiros.com/ estarão recebendo o carro semana que vem agora. Tiraremos esta duvida, mas digo que a JAC vai pisar feio na bola anunciando algo do qual não fará parte do carro.

    Conheça também:
    www.jacj6.blogspot.com.br

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