segunda-feira, 25 de julho de 2016

NOVO CHEVROLET CRUZE 1.4 TURBO - AVALIAÇÃO


Sedã muda por inteiro e supera os líderes de mercado

Por Maximiliano Moraes
Colaboraram Rodrigo Rego e Paulo Evans
Fotos: Maximiliano Moraes




Gourmet é um termo usado para designar um tipo de culinária mais elaborada, própria de restaurantes finos e de alta gastronomia. Mas ultimamente a palavra tem sido usada até para dar sobrenome a coxinhas e churros, numa tentativa de dar destaque a produtos que se encontram em qualquer esquina. Com o Novo Cruze, porém, a Chevrolet fez certo: "gourmetizou" o sedã não com enfeites e um ou outro equipamento a mais, mas mudando-o por inteiro, inserindo tecnologia, refinando a dirigibilidade, equipando-o com um motor bem mais moderno e garantindo a qualidade de seu produto a ponto de compará-lo com sedãs de segmento superior.




O Novo Cruze consegue a façanha de ser novo e familiar ao mesmo tempo. É possível enxergar várias soluções de design já usadas em outros sedãs, como o perfil de cupê e os faróis e lanternas afiladas. Não existe plágio, porém. O Cruze 1.4 Turbo é original, coeso e harmonioso em qualquer ângulo que se olhe. Na cabine o salto de qualidade é ainda mais evidente, com montagem cuidadosa e atenção aos detalhes, além de materiais mais refinados. A cor clara predominante na versão LTZ+ destaca o couro usado nos bancos, portas, volante e painel. O layout geral se tornou mais leve e moderno, a ergonomia foi revista e melhorada e todos os comandos e botões têm acionamento suave.

Motor 1.4 Turboflex rende até 153 cv de potência e 24,5 kgfm de torque

O downsizing chegou ao Cruze. O novo motor tem 1,4 litro, 16 válvulas, comando de válvulas variável na abertura e fechamento, injeção direta, é flex e tem turbo com pico de 1,2 bar, gerando potência de até 153 cv e torque de 24,5 kgfm entre 2 e 5 mil rpm. O foco é a eficiência energética: fizemos um "bate-e-volta" de 500 km, Campinas a Ribeirão Preto pela rodovia Anhanguera, usando o piloto automático para manter a velocidade regulamentar, e o computador de bordo acusou 18,4 km/l de média com gasolina no tanque. Mas o turbinho cumpre muito bem seu papel quando a gente pisa fundo, garantindo acelerações de 0 a 100 km/h abaixo da casa dos 9 segundos e retomadas vigorosas a partir de qualquer rotação.



Boa posição de dirigir é facilmente encontrada graças aos ajustes elétricos do banco do motorista e da regulagem de altura e distância da coluna de direção. Mesmo não tendo suspensão independente na traseira a dirigibilidade foi bastante refinada, graças à melhor qualidade construtiva, ao peso reduzido em 100 kg em relação ao antigo Cruze e à distribuição de peso revista, que chegou agora a 51% na frente e 49% atrás. Se não chega a ter ainda veia esportiva, o Novo Cruze não refuga quando provocado mesmo em curvas mais fortes, com a direção - muito leve em manobras - assumindo o peso correto para manter o carro na mão. Mas o melhor mesmo é viajar com ele: o conforto de rodagem em retas e até sobre pisos mais judiados realmente o coloca um nível acima se comparado aos concorrentes.


Falar em conforto, aliás, é pensar também em quem vai atrás. O formato dos bancos não deixa o terceiro ocupante tão bem acomodado, mas aperto também ele não vai passar. A distância entre-eixos cresceu para 2,70 m e a largura, para 1,79 m, deixando mais espaço para ombros e joelhos. O porta-malas de 440 litros poderia ser maior, mas pelo menos o acesso é fácil e há poucas reentrâncias, o que facilita a acomodação da carga.



O Novo Cruze, na versão LTZ+, tem equipamentos que nenhum outro sedã do segmento tem, especialmente voltados à segurança. O serviço OnStar, dentre outras benesses, permite a imobilização e rastreamento do veículo em caso de roubo, assistência médica em caso de acidente e travamento remoto das portas via app no smartphone, que pode ainda ser carregado por indução no console. O motor pode ser ligado pela chave e tem sistema start-stop, e o assistente de estacionamento ajuda (bem) em manobras em locais apertados.



Também são exclusivos do Cruze o assistente de manutenção de faixa, que mantém o carro na trajetória por alguns segundos mesmo se o motorista soltar o volante e até em curvas, e o farol alto adaptativo. E há outras babás eletrônicas: alerta visual e sonoro de colisão frontal, indicador de distância do veículo da frente, alerta de ponto cego e assistente de partida em rampas, além dos controles de estabilidade e tração. Complementam o "pacote segurança" os 6 airbags e o sistema Isofix para prender cadeirinhas infantis no banco traseiro.



Mas calma, que ainda não acabou. Chave presencial, computador de bordo em tela de alta definição entre os mostradores do painel, sensores de estacionamento dianteiros, leds diurnos, ar digital (que não é dual-zone), volante multifuncional com comandos do computador de bordo, áudio, telefonia e auxílios eletrônicos (alerta de colisão e sensor de faixa), sensores de luz e chuva, câmera de ré e a nova geração da central multimídia MyLink também fazem parte do pacote. O MyLink 2, aliás, pode espelhar o smartphone do usuário via Android Auto ou Apple CarPlay, e tanto definição quanto sensibilidade da tela são das melhores.



Com tanta coisa a mais o preço subiu, obviamente. Este pacote custa R$ 107.450,00, mas tem Novo Cruze à disposição a partir de R$ 89.990,00. Há quem diga que é caro, mas na comparação com os concorrentes com nível semelhante de equipamentos, especialmente o Jetta 1.4 TSI Comfortline (R$ 106.374,00), o Focus Fastback Titanium Plus 2.0 (R$ 104.590,00) e o Corolla Altis (R$ 105.220,00), o preço é bem parelho. 



Mas as maiores vantagens do Cruze nem estão tanto na quantidade de equipamentos, mas no feeling de produto mais caro, premium mesmo, que ele entrega aos ocupantes. Design moderno, cabine bem cuidada, dirigibilidade refinada e itens de segurança que a gente encontra só em carros mais caros fazem o preço sugerido ser acatado com prazer por quem pretende ter um.

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