quinta-feira, 27 de outubro de 2016

SEXTA GERAÇÃO DO CHEVROLET CAMARO CHEGA AO BRASIL


Por Maximiliano Moraes (fotos e texto)
Viagem a convite da Chevrolet do Brasil

VEJA AQUI O VÍDEO-REVIEW

Novo Chevrolet Camaro Fifty 2017

Esqueça o que você sabe sobre a geração anterior do Camaro. A atual pode até se parecer um pouco com aquela, guardando referências no design, no tamanho das rodas, na grade e nas lanternas. Mas com exceção do logo da Chevrolet e do badge SS atrás, absolutamente tudo no Chevrolet Camaro 2017 é novo, desde a plataforma, usada em modelos da Cadillac, o câmbio automático de 8 marchas e o motor do Corvette Stingray até a eletrônica e a estrutura.


A Chevrolet do Brasil nos levou ontem (26/10) para conhecer a nova geração do Camaro no autódromo Velo Cittá, em Mogi Guaçu (SP). De quebra ela colocou à disposição 2 unidades da geração antiga para conferirmos, na prática, o grau de evolução do cupê esportivo. Mas isso é coisa para contarmos mais adiante.

Camaro Cupê, Conversível e na série especial Fifty

Como antes, o Novo Camaro será disponibilizado ao consumidor nas carrocerias cupê e conversível. Porém, o primeiro modelo a aportar por aqui será a série especial Fifty, alusiva aos 50 anos do modelo, com preço sugerido de R$ 297.000,00. As diferenças em relação às demais versões são estéticas: há para-choques e rodas exclusivas, badges e faixas espalhados pela carroceria e um revestimento interno ainda mais refinado, além do nome Fifty estampado em furinhos na porção do painel à frente do passageiro. Faróis de xenon, luzes diurnas e leds na traseira são comuns a todos, assim como a mecânica.


Antes, aliás, o Camaro ostentava um motor 6.2 V8 com 406 cavalos de potência e 56,7 kgfm de torque, capaz de levá-lo aos 250 km/h e empurrá-lo de 0 a 100 km/h em 4,8 segundos. A cilindrada não mudou, mas a usina de força que está agora embaixo do capô é a mesma que o Corvette Stingray usa: são 461 cv e 62,9 kgfm, que catapultam o Novo Camaro de 0 a 100 em 4,2 segundos e o levam aos 290 km/h. O câmbio é automático de 8 marchas e os freios, Brembo.


Mas não pense que o Novo Camaro é pura brutalidade. Apesar de ter bem mais força e ainda que sua capacidade para a pista tenha aumentado bastante, ele foi refinado a ponto de parecer um verdadeiro GT no dia-a-dia. A nova plataforma, compartilhada com modelos da Cadillac, tornou possível uma redução nas medidas e no peso do cupê: são 3,1 cm a menos na altura, 4,0 cm no entre-eixos, 5,2 no comprimento e 3,2 na largura. Como se não bastasse o uso de materiais leves e de alta resistência aumentou dos 19% da geração para 43% nesta, tornando o Camaro 2017 28% mais rígido e 20% (ou 83 kg) mais leve. O resultado direto disso não vem só no desempenho, mas também no consumo: a Chevrolet afirma ter havido uma redução da ordem de 16% em circuitos urbanos e 20% nos rodoviários.


A lista de itens de série progrediu bastante. A central MyLink é de última geração e operada pela tela customizável de 8 polegadas. Há ainda um botão no console central, logo à frente do botão do freio de estacionamento elétrico, que seleciona os 4 modos de direção: passeio, esporte, circuito e neve. Fora isso o Novo Camaro traz ar condicionado automático de duas zonas, partida remota pela chave ou por botão no painel, carregador de celular por indução, sistema de som Bose, oito airbags, alerta de movimentação traseira, alerta de ponto cego com sensor de aproximação repentina, alerta de pressão e temperatura dos pneus, alertas anti-distração, teto solar, Head-up Display, volante com aquecimento e bancos dianteiros com ventilação, ajuste elétrico e memória.

Primeiras impressões


Rodamos com o cupê, com o conversível e com a versão antiga. Com um grupo pequeno de jornalistas na parte da manhã, foi possível rodar mais do que as 7 voltas (3 para o cupê novo e 2 para as outras) previstas e, assim, sentir melhor o carro.


Ao volante a gente já se surpreende com a posição de dirigir melhorada, os bancos mais envolventes e o volante com pega bem melhor. Ainda é Camaro, muitas referências à versão antiga permaneceram ali, mas há mais refinamento e tecnologia na cabine. É destaque, entre os mostradores principais, uma tela de TFT com todos os mostradores que antes eram analógicos e ficavam na parte inferior central do painel, perto da alavanca de câmbio. A tela do MyLink também se destaca ao centro.

Botão MODE seleciona os 4 modos de condução

Acelerando, porém, é que a gente percebe o quanto o Novo Camaro ficou estupidamente melhor que o antigo. As respostas do câmbio automático, para começar, estão muito mais rápidas que antes, especialmente nas reduções. A mudança de um para outro modo de direção é imediatamente sentida, especialmente quando você passa do Tour (passeio) para Track (circuito): a direção fica mais dura, o câmbio evita trocas de marcha para manter o giro alto e até os parâmetros de aceleração mudam.


As curvas são literalmente engolidas, com o carro muito mais neutro e fácil de corrigir. Quando espalha, e isso apenas quando muito no limite - porque agora ele tem sistema de vetorização de torque e um aerofólio traseiro com 50% mais downforce segundo a GM -, vão-se as 4 rodas de uma vez e os controles de tração e estabilidade fazem seu trabalho sem brutalidade, trazendo-o de volta. Na versão anterior a traseira costuma "jogar" de um lado para outro em guinadas mais bruscas, cabendo ao motorista ter braço para mantê-lo no prumo. Isso, sem falar nas reduções letárgicas e nos bancos que não seguram direito o corpo.


Se houve uma coisa que não mudou foi o conforto em baixa velocidade tanto na versão nova quanto na antiga. Por outro lado, cada um se comporta de forma diferente. O Novo Camaro agora parece mais ágil e responsivo desde a partida, coisa que a gente percebe até pelo nível de ruído - a Chevrolet disse ter trabalhado especificamente no sistema de escapamento e no revestimento acústico para ampliar a sensação de esportividade em qualquer regime de rotação. Claro, todo o seu potencial se revela no limite, mas a sensação de "carro-na-mão", um mix de conforto, segurança e esportividade, é presente a todo instante. No antigo, rodando em baixa era possível, por instantes, confundi-lo com um sedanzão americano típico, tanto pelo comportamento do câmbio e da suspensão quanto pelo ruído manso do motor. Era preciso provocar para vê-lo rugir, mas o câmbio lerdo, outra vez, tirava um pouco o tesão.


O Chevrolet Camaro 2017 está muito mais caro que antes, mas muito melhor também. Com o salto em performance e refinamento ele quer concorrer, como acontece nos EUA, com esportivos alemães consagrados e, também por aqui, mais caros ainda. Ademais, quem tem quase R$ 300 mil para gastar num esportivo não vai pensar muito em custo x benefício. Diversão é o que conta e ele entrega de sobra.

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