terça-feira, 31 de janeiro de 2017

JAC T5 CVT - AVALIAÇÃO



O T5 mudou as expectativas da JAC no Brasil. Claro, não se pode pensar que tudo o que a marca perdeu de mercado por causa da crise financeira dos últimos anos será recuperado rapidamente com um único modelo, mas a julgar pelo aumento das vendas a partir do lançamento da versão com câmbio CVT, a que faltava no portfólio, além da previsão de montagem do modelo no Brasil, o prognóstico é bem favorável. O salto foi de 20 unidades em outubro para 96 unidades (380% de crescimento) em novembro, mês de lançamento da nova transmissão, e 176 unidades (780% a mais) em dezembro - mais que em qualquer outro mês do ano.



Apesar de já termos dirigido o carro no evento de lançamento, em novembro passado, a semana que passamos com o T5 CVT foi essencial para entendermos tanto o crescimento nas vendas quanto o efeito que a nova transmissão causa em quem compra. É bem mais, acredite, que apenas agregar comodidade ao ato de dirigir.

Câmbio CVT tem modo Sport com 6 marchas simuladas

A JAC acertou ao oferecer o sistema CVT, mais moderno, em vez de disponibilizar um câmbio automático convencional de 4 ou 5 velocidades, como é comum em outros carros do segmento (vide Duster e Tucson). A solução para a letargia típica desse tipo de transmissão foi encontrada nas 6 "marchas" pré-programadas, que podem ser trocadas a partir do deslocamento da alavanca de câmbio para a esquerda (e para o modo "S", que mantém a rotação mais elevada para extrair mais força do motor). Mas não pense que no modo automático o T5 é um carro chato de dirigir.


O acerto de suspensão e direção do T5 já era bom, mas com o acréscimo da nova transmissão essas características parecem se acentuar. Isso, porque o foco muda e você não precisa mais prestar tanta atenção nos regimes de rotação do motor para encontrar a melhor marcha para cada ocasião, especialmente no trânsito urbano. Como o câmbio CVT opera de forma suave e mantém a rotação do motor baixa quase o tempo todo, você consegue perceber melhor a ótima filtragem de imperfeições e o bom acerto da direção tanto em manobras, quando fica levíssima, quanto em velocidade, quando assume mais peso. Além disso, justamente por trabalhar quase sempre em baixa rotação o motor não aparece tanto na cabine, deixando este SUV silencioso e confortável a maior parte do tempo.


Dizemos "a maior parte do tempo" porque o motor pequeno - 1.5 16v flex com comando variável de abertura de válvulas - faz o motorista afundar mais o pé quando é preciso força, e aí o ruído aumenta mesmo. Mas os 127 cv e 15,7 kgfm de torque a 4.000 rpm precisam lidar com 1.220 kg apenas, massa maior apenas que a do Kicks (no segmento), e o acerto que a JAC encontrou para a nova transmissão faz com que a faixa ideal de rotação para melhor aproveitamento do torque seja encontrada rapidamente, tornando o T5 CVT, pasme, tão ágil no dia-a-dia quanto a versão com câmbio manual.

No detalhe, as costuras em vermelho para bancos e o volante, revestidos em couro

Se existe uma crítica ao novo câmbio ela repousa no seu comportamento em arrancadas. A melhor alternativa é levar a alavanca para a posição D ou R, esperar 1 segundo até sentir o acoplamento da "marcha" e então acelerar. Caso contrário, se o motorista levar a alavanca e acelerar imediatamente, o carro irá titubear e dar 1 ou 2 trancos antes de desenvolver velocidade. Eduardo Pincigher, da JAC Motors, nos explicou:

O porta-malas, segundo a JAC, leva ótimos 600 litros

"Construtivamente, o câmbio CVT permite que se adote o conversor de torque ou um sistema tradicional de embreagem, como se fosse uma caixa manual. Enquanto o conversor garante um escorregamento mais delicado do sistema, evitando trancos nas arrancadas e nas retomadas, a embreagem convencional pode gerar pequenos solavancos, principalmente em situações especiais de uso, como uma partida em um aclive acentuado. Em compensação, a embreagem permite médias superiores em consumo. Ganha-se um carro mais econômico, ainda que suscetível a um conforto inferior ao dos automáticos tradicionais."

Média de consumo urbana ficou em 8,7 km/l, enquanto a rodoviária ultrapassou os 11 km/l de etanol

Em situações comuns, dosando mais o pé no acelerador, realmente o consumo poderia ser melhor, mas ainda assim o T5 não foi decepcionante. Para extrair o melhor do motor tanto no trânsito urbano quanto rodoviário é preciso pisar - e o 1.5 VVT gosta de girar, diga-se de passagem. A média na cidade não foi superior a 8,7 km/l de etanol, enquanto na estrada conseguimos superar os 11 km/l.

Central multimídia com espelhamento de celulares...

... e ar condicionado automático digital são equipamentos de série

Não é o melhor dos mundos, mas o T5 CVT tem outras (muitas) qualidades que o tornam uma excelente compra. O espaço disponível para passageiros e bagagem é excelente, o acabamento é bom para o segmento - ainda que haja grande uso de plásticos -, a lista de equipamentos de série é enorme e o preço, principalmente, é imbatível. Para se ter uma ideia com os mesmos R$ 71.490,00 pedidos por ele no site só é possível comprar outros 2 modelos de proposta semelhante com câmbio automático: o antiquado e beberrão Hyundai Tucson (R$ 69.990,00) ou a pseudo-aventureira Chevrolet Spin Activ (R$ 71.890,00), que será remodelada em breve. E nenhum deles traz uma garantia tão ampla: a JAC oferece 6 anos.

COMPENSA?


O fato de ser chinês ainda gera desconfiança demais e isso certamente dificultaria a revenda. Por outro lado, o T5 é o melhor produto da JAC no país e o câmbio CVT agregou certo status ao modelo, coisa muito valorizada por quem compra um carro automático. É agradável para quem dirige e quem acompanha, bom de curva e de freio (a disco nas 4 rodas com ABS, EBD e controles de estabilidade e tração), tem itens de série que nenhum outro SUV do mercado tem em sua faixa de preço, design atraente e garantia ampla. Para quem não está pensando em revender o carro tão cedo e está pouco preocupado em desvalorização ele compensa, sim. E muito.

4 comentários:

  1. Otima materia. Foi o que senti qdo fui fazer o test drive. Existe um delay no acelerador tambem que me incomodou um pouco especialmente em arrancadas. Voce pisa no acelerador e ele nao responde como outros carros automaticos. Mas fora isso achei um otimo carro, perfeito para minha proposta familia (2 adultos e 2 criancas) e vez ou outra viagem. E sinceramente, nem meu Siena 1.8 HLX fazia 8 no alcool na cidade. Entao o carro esta bem servido.

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  2. Boa tarde,

    comprei o jac T5 e o carro é muito bom, superior a quase todos os nacionais. Deixei o preconceito de lado e estou com um carro excepcional por 72.000,00.
    O cartel das montadoras nacionais que pegue seus carros de 100 mil reais e faça sopa deles.

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  3. Comprei em março e recebi no início de abril. Sem delongas, o carro é espetacular!!! Não tem prá ninguém; HRV, Captur, Kicks e Cia ficam no chulé . T5 CVT o melhor custo/benefício do mercado.

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  4. Nossa, adorei esse artigo para carros seminovos com cambio automatico, tudo o que precisava saber, muito bom, excelente

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