quinta-feira, 19 de outubro de 2017

NISSAN KICKS S MANUAL - AVALIAÇÃO


Reportagem e fotos: Maximiliano Moraes



Todas as outras versões do Nissan Kicks já passaram por aqui: SL, SV e S, todas com transmissão CVT. Só faltava a versão S com transmissão manual de 5 marchas. Não tem muito segredo: além do câmbio, a única diferença desta para a S CVT é ausência do Pack Safety, que na CVT é de série e na manual, opcional, e das rodas de liga leve, que a manual não traz nem se o comprador pagar à parte.



Não pense que, por ser básico, o Kicks S manual vem pelado. Direção elétrica com coluna ajustável em altura e profundidade, volante com comandos do rádio e telefonia, vidros elétricos para as 4 portas com one-touch para o do motorista, retrovisores elétricos, travas elétricas com comandos na chave, bancos com tecnologia Zero Gravity, ar condicionado analógico, computador de bordo, ajuste de altura do banco do motorista, rádio com Bluetooth e entradas auxiliares, Isofix no banco traseiro, freios ABS com EBD e airbag duplo são de série e por isso o comprador paga R$ 71.990,00. O Pack Safety, que inclui controles de tração e estabilidade mais assistente de partidas em rampas, leva o preço a R$ 73.190,00.



Conteúdo interessante, aparência idem. Arrojado, o Kicks ainda chama a atenção no trânsito seja qual for a versão. A cor branca do carro testado não é a mais interessante do catálogo, mas as barras no teto (acessório disponível nas concessionárias) o tornam mais vistoso. Nem o fato de haver calotas em vez de rodas de liga leve é problema, já que elas se parecem com rodas e disfarçam bem o aço pintado de preto.




O ambiente interno também não é nada básico. Bom acabamento, bons encaixes, bons revestimentos e sim, muito plástico, mas tudo de qualidade, boa textura e boa sensação tátil. Os bancos e a lâmina central do painel são exatamente iguais aos da versão SV, enquanto o painel tem dois mostradores analógicos de excelente leitura e uma tela central que comporta o computador de bordo. O sistema de som, cujos comandos ocupam o espaço da central multimídia das versões mais caras, tem operação simples e intuitiva, e apesar de poucos ajustes de equalização, boa qualidade sonora.




O motor é o mesmo para todas as versões. O 1.6 16v de 114 cv e 15,5 kgfm de torque se aproveita do baixo peso para render bem neste Nissan. A marca divulga 1.142 kg para a versão SL, topo-de-linha da gama, então é razoável pensar em uns quilos a menos para a versão básica. O desempenho é bom, bastante comparável ao dos concorrentes com motores (e pesos) maiores, e a transmissão, se bem usada, contribui para tirar o melhor rendimento e o menor consumo. Aliás, tanto com câmbio manual quanto CVT o Kicks é sempre econômico.




Só que nem tudo é rendimento ou economia. Ambientes urbanos como a cidade de São Paulo ou outras capitais com trânsito caótico não combinam com uma transmissão manual com trocas não tão ágeis, como é o caso deste Nissan. É preciso levar constantemente a alavanca para a posição certa e ainda lidar com uma sensação meio "borrachenta" nos engates. A embreagem é bem macia, mas não tão bem modulada: é preciso acelerar bem nas manobras para não deixar o carro morrer. Finalmente, na estrada a gente sente falta de uma sexta marcha para reduzir as rotações e, por consequência, o nível de ruído. O Kicks é conhecido por ser bem silencioso, mas nem tanto nesta versão. São quase 3.500 giros a 120 km/h, contra menos de 3 mil com transmissão CVT. O comportamento dinâmico, por outro lado, é bem semelhante ao das outras versões - com a ressalva, é claro, da necessidade de se trabalhar mais com a alavanca para conseguir mais aderência.

COMPENSA?



Puristas dirão que transmissões manuais são sempre melhores que automáticas porque resgatam o verdadeiro prazer ao dirigir. O caso é que o Kicks é um carro concebido visando conforto, comodidade e praticidade, e por isso o câmbio manual deixa de fazer sentido aqui. Para a cidade o CVT é mais adequado porque proporciona mais conforto no trânsito e na estrada o nível de ruído maior do Kicks manual acaba tornando o CVT mais desejável, sem contar o fato de que ambos apresentam consumo semelhante em ambos os ambientes. Em nossa opinião, então, a melhor opção é pagar os R$ 7.300,00 que a Nissan pede pela versão S CVT.

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